terça-feira, 6 de novembro de 2012

"44 gametas"


44 foram os beijos desejo
44 vezes a saudade
44 sorrisos e disfarces
4 mãos por 4
44 vezes 4
Um quarto de amor
Em meu quadro

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vendedor


Quem me dera,
da rua e da carne quente, virar gente
já ta na hora do ônibus
que correria
é muita conversa
carro
sirene
mulher indecente
sujeira
quanta gente!
perdi...
Devagar, vendo que foi mais um dia de fracasso
e isso me domina, ri do meu cansaço
acho um descaso
esses olhares piedosos que não levam a nada
nada aos meus sorridentes
Olha aí, estão me esperando contentes
mas hoje dormirão sem nada nos dentes
quem me dera...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ação esperada



Solidão que desespera
Não espera
Pressupõe
Enlaça
Sussurra
Aborda
Beija
E no final
Atira
M
    A
       T
          A
...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cotidiano



O dia passa devagar
São dois maços de tristeza fora do bar
O ônibus chega
Os velhos caminham
Acá, acolá
As pessoas indo trabalhar
A pomba pia
A folha gira
Um alívio: sinal de intervalo
Na construção eles marmitam
A bolsa roda
O truco grita
A tarde termina
E a noite pia
Churrasco de gato e bagunça
Conversa para todos os lados
Escárnio!
A novela começa
Escarro!
E buzina a fumaça do resto do dia
São três maços e meio de saudade.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Metalinguagem


O ponto finaliza a frase
Frase simples, clara e objetiva.
O objetivo é passar o recado
E então diriam: é explicativa!
Nego.
Nego, porque ultrapassa o limite
E eu sei que não é só uma explicação
Que, aliás, tenta ser inconscientemente o mais direta possível
Direta, para não demonstrar o sentimento
Mas se é recíproco, todo o entendimento
Encaixado em palavras que tentam ofuscar
O amor em um ponto final que dói com a noticia.
E torna-se tão perceptível, quanto falso
Tão revelador, que causa dúvidas sobre a hipótese de um devaneio
Mas por enquanto, ainda é um ponto final que demonstra nada
E tudo
Ponto que finaliza
... O que o amor dele, calou.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Confesso

  Caro leitor, minhas sinceras palavras? Não, não foi como planejei. Mais sinceras ainda? Nem cogitei em pensar. Nem mesmo por um segundo, nem por uma idéia se quer. Mas aconteceu. Você e eu.
  Apesar de tudo, de todos os beijos, eu não posso deixar de negar: ainda olho para trás e percebo facilmente como é difícil desligar-me do meu passado. Afinal de contas...
  Posso até chorar, mas não deixarei de tentar. E se não foi, pode ser que ainda seja. Mas da incerteza dele, não faço mais da minha esperança.
 Agora, o meu amor para você, criança. Eu sei que meu corpo diz que não, mas controlarei meu coração. Rumo e direção.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Nada Adiantou


Amanhã lembrarei do seu calor
A velocidade da lembrança, meu amor
O riso que amei
Meus olhos eu sinceramente fechei
Seu calor; amei.
Meu amor; te deixei.
Senhor; eu não sei!

Mas depois da ilusão
O peso no coração
Paixão escura
Saudade imatura
Errei; ilusão.
Pequei; coração.
Deixei; a sua mão.

Chorei
Gritei
Amei
Quebrei
Eu sei!

sábado, 29 de setembro de 2012

As linhas do amor


 Entre as linhas dos meus textos, tropeço em meus sentimentos. Até poderia mentir, segurando-me nos pontos e tomando cuidado com as vírgulas indecisas que você deixou em mim. Mas eu sei, seria desnecessário tentar. E nem é preciso, pois antes, sei que ironicamente ofusquei, e talvez, agora seja tarde demais para correr atrás de pontos mal colocados. Mas é justo que eu desista, quando você me ensinou a insistir?
  Na nossa história de desencontros e ironias, qualquer hipérbole me chamaria a atenção. Mesmo sabendo que por ser hipérboles, e saindo da sua boca, seriam falsas. Afinal de contas, de um meio-termo; meio-verso, não se espera muito das palavras, muito menos de exageros sentimentais.
 E esperar algo das suas ironias, não pode significar outra coisa, senão o fato de eu não ter desistido. Porque afinal de contas, as vírgulas que você colocou não são pontos finais. E essa história ainda não acabou.

domingo, 23 de setembro de 2012

Picture yourself on a train in a station, my Lucy

 Forma sobre forma. Sem conteúdo, sem amor. O juramento de guarda, indiferente. Tal como as mãos nojentas dele, que corriam por entre as suas perninhas brancas. Sem pena, sem dó.
 O vestido florido dela há muito não corria. Nem pelos campos de morangos, que dirá pelos céus de marmelada. Corria somente em direção do chão.
- Ah, Lucy.
 Os olhos dele se fechavam. Quanto aos dela, fixados no nada, com o seu corpinho consumido. Lamentava, sem nem ao menos abrir os seus lábios.
 Lucy quebrada. E agora, quem colará os seus cacos? Sem papai, sem mamãe... Sem vida.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Amor de todas as formas

   Assim é       Melhor,        Estive          Imaginando
   Imaginando Estive,          Assim é       Melhor
é Melhor       Assim,           Imaginando Estive
  Estive           Imaginando, Assim é       Melhor

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Calor Sentimental


  Até parece fácil falar. Talvez fosse se não fossem as recordações intermináveis que conscientemente e inconscientemente (perco o controle) tomam conta da minha mente.
   Alucino-me ao extremo, e rapidamente sou levada para um devaneio de cores. Cores. Algumas escuras de saudade, enquanto outras, coloridas pelas lembranças.
  Quisera eu que essas cores nunca se ofuscassem. Como chama que não se apaga, amor que consome. E a resposta? Sentimento vivo, intacto.
   Mas outrora falei, agora cumprirei deixando que o tempo leve da minha dúvida, a certeza: chama colorida.
  Agora, devagarzinho, do devaneio á biologia. Como se as características das algas fossem mais interessantes que as dele...

domingo, 2 de setembro de 2012

Uma dose de nostalgia de D. Capitu


 Talvez hoje não fosse o dia certo para relembrar, se é que há. E talvez, o certo fosse tentar desviar meu pensamento, parar de pensar nisto; parar de chorar pelo velho motivo - fui Capitu, e agora pago o preço do arrependimento-. Pago o preço da lembrança doída ao abrir a caixa preta, já desbotada. Suspiro. Nossas fotos.
  É difícil entender o quão complicada a nossa história tornou-se, e entender que há uma porcentagem muito alta que afirma que eu, Capitu de tudo, perdi o meu Bentinho. Em contrapartida, há uma porcentagem mínima que nega, mas com incertezas e inseguranças que não me deixam confiar.
  Com mãos trêmulas que denunciam um sentimento até então desconhecido, e lágrimas amargas de saudade, passo foto por foto, recordando um riso único. Meus olhos se fecham e fazem questão de lembrar cada fração de segundo marcado pela abertura dos seus lábios, acompanhado por um posterior riso, que já citei, mas torno a repetir: único.
  Reparo em seu olhar a cada foto que passo: tão incerto, dono de uma insegurança batizada por dissabores; fracassos anteriores.
   Respiro lentamente, o mais profundo que posso. Eu amo quando ele timidamente sorri de canto. Quando fala, dança e fuma - pensando, observando-. Amo essas características de uma maneira tão indescritível, incomum, que só por isso entendo o que sinto...
  É uma mistura de sensações inexplicáveis que não poderiam conduzir-me a outra conclusão. E agora que entendi, conheci, falo sem choro nem vela; sem medo nem erros; sem entrelinhas ou entre versos: como eu o amo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ousadia Nominal

 Poderia eu, mil lábios beijar; mil corpos sentir; mil sensações experimentar. Não é, e nem tenho a audácia de pensar que seria a mesma coisa.
 Será ainda tão fútil tentar lhe contar, tão insignificante? Eu não preciso, não quero, não posso mais deixar entre versos – eu sinto tanto a sua falta –.
 Sufoco-me. Deveria eu, ainda alimentar minha saudade com inúmeras expectativas e incertezas?
 Saudade. Nada mais que meus olhos fechados – sua mão, seu olhar, seus lábios mentalmente guardados –, e junto a essa projeção, vejo perfeitamente seu movimento. Como dói.
 Derramo minhas lágrimas amargas, marcadas por um sentimento clandestino, e deixo-as nesse papel, pois ao meu redor não vejo ninguém. Estou só. Eles, que estiveram, importam-se demasiadamente com futilidades alheias. Quanto a mim, torno-me estranha ao meio.
 Estranha, pela minha preocupação com o desinteresse pela realidade. Estranha, pela crítica que faço a eles, hipócritas, que dos outros muito dizem, mas ao cessar dos sons, ao piar da coruja e ao chegar a escuridão, muito fazem. Acabei tornando-me estranha até para mim, pois não me reconheço mais. Não sem ao meu lado, você.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lei de Gerson


 O que eu falo, não é só pelo seu fazer, e talvez eu nem seja a pessoa certa para isso, mas é tão notável a imbecilidade, que qualquer um falaria. Indignação. Como se já não bastasse à impertinência e o desastre físico, a prosa extrapola os limites do desnecessário. Não seja tolo, a crítica não é pelo desastre, afinal, não me diferencio muito. Mas se recebo face, não devolvo coroa; se é um desastre, não cobre beleza.
 Pudera falar e nada dizer, mas criticar? Qual é a moral?
 Com educação - privilégio que não tens-, lhe digo: São minhas escolhas e não devo explicá-las. Quanto ao meu distanciamento? Não é só pelos motivos e pelo repulso que sinto, é pela junção de toda a sua ignorância absurdamente ridícula. Muito dizes que também sente, mas é com gosto que se aproxima. Por quê? Falta conhecimento do sentido da palavra ou cultivas a mentira? Paranóia ou Mistificação?
 Seu gosto pela desordem, paixão pelo escárnio, quanto revelam... Pecador que aponta pecados alheios. Hipocrisia. Reflexo social – desinteresse e alienação de primeira –.
 Peso a peso, numa parte da balança coloco a sua ignorância, noutra, meu repulso. Recíproco.
 Bem, eu não gostaria de culpar as suas companhias, mas os fins justificam os meios. Olho com quem andas... Sei quem és. Ou suas companhias que deveriam olhar com quem andam?!
 Lavoisier que me perdoe, mas a inépcia é tamanha, que nem a natureza seria capaz de transformá-la. Exceção, contigo, tudo se perde.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Visita


 Desculpem-me, mas hoje não se trata de um devaneio, trata-se de uma verdade.
 Um compromisso torna-se absolutamente irreal e tolo, se o sentimento não for recíproco.
- Até quando terei que fingir? Proibido. Até que ponto é certo ou errado? Mentindo para todos, tentando enganar, esconder – que belo falso, tornei-me -.
 Críticas? Mas são as minhas ideologias, meus pensamentos. Não busco o agrado, pelo contrário, busco a verdade pura – a minha percepção; meu ponto de vista -. De vários ângulos posso entender o que muito analisei, o que muito ela tenta negar. O texto é uma fechadura a ser aberta. Para alguns, basta a chave. Enquanto para outros, olho na fechadura. E, diga-se de passagem, pouco me importa a sua prosa, seus versos, suas análises. FALSAS. Assim, como também não busco o entendimento real de todos.  Busco o entendimento do bom, caracterizado pelo autor como essencial, entretanto, não onisciente, e por isso da explicação anterior.
- Doutor, estou maluca? Afundo-me diariamente neste mistério, sem conseguir desviar-me. Pergunto-me: Quem, quem é que ainda esta ao meu lado, que ainda me apoia?
 Você, ele, elas, TODOS me abandonaram. A ovelha desgarrada, agora quer cair do céu. Permitam-me pedir perdão pela decepção, mas ultimamente tenho feito com um enorme prazer. E por quê? Ora, me responda você, mas primeiramente responda:
 - Por que seguir um padrão, se nem a vida o tem?
 Pouco me importa se a sociedade impôs, ESCARRO! Faço-o também, em todos vocês. E quanto a essa falsidade que tenta englobar de qualquer maneira um relacionamento, assim como fruto e casca, pode enganar aos outros, não a mim.
T. T. T
 O barulho da sua colher me incomoda, e não consigo ficar quieto nessa poltrona.
- Doutor? Dó menor, tudo acabou!
 Sangue, sangue e mais sangue em minhas mãos.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sépia

 
 Naquele mesmo quarto, ainda acendo o abajur antigo, e sento na velha poltrona estofada em couro preto – que muito bem conhecíamos–. Fumo o meu charuto, bebo amargamente a minha dose de conhaque e ligo a vitrola. À medida que a agulha encontra o disco, e as notas fluem, mais me afundo em mágoas e recordações, derramando lágrimas cheias de saudade. Ainda falta você.

Noite de Dezembro de 1987.
  As ruas estavam muito bem iluminadas devido a enorme quantidade de pisca – pisca que coloriam a cidade, trazendo graça e uma ótima sensação. As crianças cantavam canções natalinas, os meninos soltavam rojões, as famílias tomavam sorvete na praça. E nós, a caminho do meu apartamento.
 Uma excitação, um beijo de chegada. As chaves giram e a porta é fechada com o impacto do nosso encosto. Nossas roupas, no chão. Beijávamos e íamos derrubando tudo, até chegar ao quarto.
   A meia luz do abajur a deixava muito mais alva, e seus olhos, muito mais esverdeados. Impressionava-me o quão rosados e delicados eles eram. Perfeitamente de acordo com o resto do corpo. Seus longos cabelos negros beiravam as suas costas, marcada pelo seu quadril e a sua cintura, tão fina.
 Seu silêncio cochichava em meus ouvidos, penetravam, revelavam muito mais do que você poderia – se estivesse em condições- dizer.
Minha bela, minha menina, minha companheira de teatro. Sabia tanto de mim, conhecia meus mais profundos desejos, mesmo sem que eu relevasse-os.
A janela, escorria pelo nosso calor. E hoje, de olhos fechados, posso recordar o seu beijo, toque e olhar-chumbo-, penetrante.
 Incontestável, mulher de satanás. Surrealmente perfeita, paradoxalmente maquiavélica. Aos céus, e ao inferno levava-me.
 Aquela música, aquele quarto. Qual o sentido, senão você?

domingo, 22 de julho de 2012

A Renda Vermelha


Seus cabelos, tão alaranjados e enrolados, que em seus cachos que eu segurava, me perdia. Beiravam os seios – que não eram tão favorecidos, mas muito bem delicados –. Seus lábios escreviam em meus, salientes e grossos. Sua pele exalava não só prazer, mas um cheiro que poderia ser comparado ao orvalho que, em segundos planos eu olhava pela janela do quarto. Seus olhos míopes – chumbo – baleavam-me, pedindo ardentemente por...
  Da fita do ‘corset’ a dúvida: Será isso tão errado?
Na minha mente, perturbada com questões carregadas de preconceitos mal formulados, a vontade não cessava. E suas mãos, que impiedosamente não perdoavam. Meu corpo falhamente se restringia; a menina que cedia.
 Na escrivaninha, os óculos antigos. No chão, um vestido. Da janela do quarto, a chuva. Da vitrola um ‘yeah, yeah, yeah’.
   Entre as palavras escritas, mentiras. Escritas num papel, num beijo, num corpo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Carrossel da Vida


Menino feliz, de olhos fechados, no carrossel ele brinca
Gira, gira, gira – o carrossel da vida
As mãos ele tira
Gira, gira, gira – ele brinca com o carrossel da vida

Nesse ponto não há parada
Mas qualquer que seja a  falha, chega a chegada
O menino não quer mais brincar
E o carrossel ainda se põe a girar
Gira, gira, gira – o carrossel da vida

O momento chegou
O sino badalou
A sirene soou
O menino gritou

Sangue de montão, menino no chão
Hora da parada, carrossel na chegada
Gira, gira, gira – acabou a vida.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Crisântemo vermelho


Ó deusa de sublimes formas
Encantos e perfumes

Teus doces lábios, que por entre reentrâncias e saliências percorrem
Roçam-me, culminando-me de desejos

Teus olhos, tão negros e nocivos
Que refletem a luz do meu desejo, embebedando a minha alma da sua toxina

Delicada forma, que com carinho percorro e descubro
Crisântemo vermelho
Vermelho veneno do amor


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Beijo de bigodes


  Eu passava em frente da sua quitanda, e meu uniforme denunciava um árduo dia de estudos, mas ele não se importava com isso. Passava eu e mais três amigas minhas: Ana, Cláudia e Beatriz.
  - Boa tarde, Seu Arnaldo.
  - Boa tarde, Carol.
   Nojento.
  - Carol?
  - Sim.
  - Quero lhe mostrar uma coisa na quitanda. Sozinha.
  Fiquei séria. Elas esperavam do lado de fora, e eu entrei. Seu Arnaldo me guiou até a cozinha dos fundos, tirou o seu avental branco, e me colocou sentada em cima do mármore da pia da cozinha. Tirou também o meu uniforme, e me fitou por alguns segundos. Roçou o seu bigode em meu pescoço, e um pouco mais abaixo. Colocou. Meus olhos se arregalaram, os dele se fecharam. Tentei, mas ele conteve o meu grito tapando a minha boca, e embora os meus olhos estivessem cheios de lágrimas, consegui colocar meu uniforme novamente. Saí correndo. Na porta ele me interceptou:
  - Carol?
   Aproximou-se e colocou em minhas mãos balas argentinas. Havia uma porção aquelas na gaveta do armário do meu quarto.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

São coisas da vida


Bastou um instante para que as lágrimas rolassem livremente pelo rosto; bastaram segundos para que ela fechasse os olhos e desejasse aquele momento novamente; não bastou nada para que ela percebesse que agora tudo não vai passar de lembranças. Lembraças encarnadas em músicas, lugares, cheiros e sabores. Nada mais que saudades.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Á ninguém, agora


Tempo passa
Tempo vai
Tempo vem
Meu amor passa
Meu amor vai
QUEBRANDO AS REGRAS, A MUSICALIDADE, O MEU POEMA, O MEU CORAÇÃO.
QUEBRA TUDO!
Quebra
Mas o meu amor não vem

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Gado Marcado, Pátria Amada


Essa seca que acompanha a pobreza
Uma desgraça!
Miséria, bagunça
NINGUÉM ARRUMA?
NINGUÉM VÊ?

- Cadê a produção? - Não tem não, senhor.
- E para a exportação? -Tem sim, senhor.

Olha aí, estão morrendo de fome.
Para esse povo não tem perdão?
Mas são vidas em questão!
Olha aí.

domingo, 1 de julho de 2012

Metalinguagem Visual


A sombra do sorriso que afaga a solidão
O timbre da voz que remete a inquietação
Um medo, uma indecisão

Entre o terceto: um, uma
Entre o quarteto: o SEU, a SUA
A verdade nua e crua
A decepção dura e escura.

Mate a charada, não tope qualquer topada
O que rompe a barreira do meu entendimento
 Não rompe a barreira da sua hesitação
 Nada mais a declarar, apenas o seu olhar.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Aos santos e santas


Eu quero do desejo o sabor da fruta
Envolver-me na ardência dos seus mais sublimes encantos
Tocando, roçando
Você me decifrando

Olhar que suplicava
Corpo que não se proibia
Demasiadamente o desejo ardia

Ao meu pedido você atendeu
E o meu corpo estremeceu
Seu cheiro, seu amor
Culparia-os por levar o meu pudor?


terça-feira, 26 de junho de 2012

Á burguesia, a lama


Incansavelmente tu dizes que muito tens
Cavalos, jóias, dinheiro e bens
Mas da certeza, a contradição
Adianta tê-los se pensas menos que um leitão?

Mediocridade na prosa, impertinência no riso
Ao leitor eu digo: é bem preciso
ALABESI MIARA – Menina bela
ALODOT RENFADAN – Tu e ela

Sem anarquia, apenas inversão
Para poder lhe pedir o que não agradaria o seu coração
Arranque as palavras de sua boca e não tente mudar
Apenas como és, tens a se calar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Saudade com sabor de menta


  Ela estava sentada, olhando para baixo, diferentemente dos seus pensamentos - tão altos que pareciam leva-la desse mundo-. Ele se aproximava - olhar tímido, mãos no bolso e passos ligeiramente suspeitos -. Sentou-se ao lado dela. Olharam-se rapidamente. Ambos sabiam o que aconteceria.
  Com delicadeza ele passou a mão entre os seus cabelos, separando uma mecha atrás da orelha e deixando o rosto dela, embaraçado pelo momento, bem visível. Beijou-a.
   Seus lábios tinham um leve gosto de menta e eucalipto. Um gosto que lhe arrancava suspiros, gosto que mexia desde o estômago até os sentidos.
  Lembranças. Trouxe em mente todos aqueles momentos quando ela abriu um chiclete sabor menta e eucalipto. O chiclete que lembrava beijo sabor desejo.

sábado, 23 de junho de 2012

Mente, mas sente


Condicionalmente ela precisava
Mas independentemente vivia
Incessantemente negava
O que impertinentemente ela sentia