domingo, 22 de julho de 2012

A Renda Vermelha


Seus cabelos, tão alaranjados e enrolados, que em seus cachos que eu segurava, me perdia. Beiravam os seios – que não eram tão favorecidos, mas muito bem delicados –. Seus lábios escreviam em meus, salientes e grossos. Sua pele exalava não só prazer, mas um cheiro que poderia ser comparado ao orvalho que, em segundos planos eu olhava pela janela do quarto. Seus olhos míopes – chumbo – baleavam-me, pedindo ardentemente por...
  Da fita do ‘corset’ a dúvida: Será isso tão errado?
Na minha mente, perturbada com questões carregadas de preconceitos mal formulados, a vontade não cessava. E suas mãos, que impiedosamente não perdoavam. Meu corpo falhamente se restringia; a menina que cedia.
 Na escrivaninha, os óculos antigos. No chão, um vestido. Da janela do quarto, a chuva. Da vitrola um ‘yeah, yeah, yeah’.
   Entre as palavras escritas, mentiras. Escritas num papel, num beijo, num corpo.

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