Era uma sexta-feira chuvosa, sentei num banquinho esperando
o trem. Ao meu lado havia uma senhora já de idade. Em um braço segurava um
guarda-chuva preto e velho, no outro segurava algo que se assemelhava com um bebê:
pequeno e frágil, completamente enrolado em algo que mais parecia um pano de
prato á uma coberta.
A senhora ninava, balançava e olhava o pequeno embrulho, que
parecia não se movimentar. Curiosidade é uma dádiva para quem sabe controla-la de
maneira eficaz. Não eu, que educadamente pedi para vê-lo. Lentamente ela
desenrolava o embrulho, tornando o seu conteúdo cada vez mais visível, e eu
cada vez mais curiosa.
Deus, como eu desejava não ter visto. A senhora ninava um
pequeno cadáver de uma criança.
que loco
ResponderExcluir